"Quando os olhos caem
O que resta é agonia
Samambaias passeiam entre as cortinas da derrotas
Soldados montam em rochas esqueléticas
Na fúria mundana eu sou Vênus
Estandarte que oscila entre o semear e o praguejar
Violinistas fazem a profecia na Avenida Paulista
Sou a marca de um soco inglês na sua sobrancelha
Sou o ácido nítrico que arde em seus olhos
Sou o sorriso que sangra a espinha
Sou a nódoa do paletó
Onde as bocas se enchem de violetas & rolam escada abaixo
Sou o chumbo que atravessa sua consciência
Sou o estilhaço fincado no seu hipotálamo
Sou o metal que suspende suas unhas
Sou o frenesi da tarde descompassada
Onde os pássaros deixaram sua morada
& fizeram do verniz
Caleidoscópio"