Estava eu, ali, sentada naquele lugar, onde todas as coisas eram brancas.
Fecho os meus olhos e o que vejo são ladrilhos cor de mel. Sinto cheiro de talco, ao qual não me é estranho.
Abro os olhos e vejo a Senhorinha florida.
Mulata, de cabelos brancos, curtos e crespos; seu semblante era de alguém que já carregou muito peso na vida; de alguém que passou por muitas dificuldades, mas que não se faz vítima.
Ergue a cabeça e cumprimenta as pessoas quando passam ao seu lado.
Em seu rostinho metade paralisado, ainda resta um sorriso de quem um dia venceu.
Ah, Senhorinha florida, se tu soubesses como és querida por mim, esta que nem ao menos te conhece e nem sabe o seu nome.
Sua netinha lhe esperava no fim da escada. Com uma bengala e uma bolsa de lado, desceu em outro tempo, um pé, depois apoiava a bengala, e logo depois apoiava o outro pé. Estava ali, satisfeita, segurando no corrimão. Azul celeste, como a senhorinha. Celestial.