Está doendo
Como nunca antes
Estar longe me faz abissal
Não te ouço
Não te vejo
Não te toco
Não te sinto
De onde eu sempre quis sair
É minha nova morada
E de lá não se vê a alvorada
As cores se perderam no ar
Por que não acreditar?
Ausência perfura o pulmão
O ar me falta
A trovoada retorna como quem não quer nada
E desaparece querendo tudo
Dor latente
Motor vermelho cheio de estilhaços
Amores idos, ainda são amores
Bem feitor
Com furor
Inacreditável é
Na sua estrada
Os trilhos são galáxias
Espectros de constelações
O amor talvez uma estrela aposentada
Onde está sua luz?
Ouça-me
O desespero enfraquece
Não queira abraçar o mundo
Despido já está desde que nasceu
Sentinelas golpeiam-me com seus flashs de epifanias
Agonia instaurada em algum canto
Canto pra que os Deuses me ouçam
Permaneço parada
& Num banquete
Dionísio me serve uma taça de solidão