Thursday, September 12, 2013

Espectros lunares

Os pássaros cantam a urbe inflamada de pólvora
Eros que renasce em passos de quimera
Deixa estar o que se há de melhor em não dizer
Homem fumaça é engolido
O corpo degrada a cada não dito
Ser. Arte que escorre entre os muros
Poetizam as ruínas de um não ouvir
Energia se transpõe em corpos unidos
Um amor maior que não é tocado
É quando dou-me conta de que Saint-Exupéry tinha  razão
"O essencial é invisível aos olhos"

Thursday, September 5, 2013

Entre cortinas & passos

Mente submersa dança sentimentos borrados
A cidade digere o amor
Corpos arrepiados
Desafios lançados
Apenas uma taça
Uma taça de vinho tinto seco
Solidão do agora que se completa em frases colombianas
A vida é tão imensa que se faz em estilhaços abruptos
Um outrém é lançado no ar
Movimento que cai como folha solta no ar
Solta o que há de animalesco 

Wednesday, August 14, 2013

A semântica da androclave

Num trago a cidade dorme
Horas  em cores suntuosas
Denotam o estrelato por acaso
Olhares que se perdem na multidão
Dessas luzes vejo corpos automáticos de almas inertes
Sinto o cheiro de verso incompleto
Do branco no preto que borra o vermelho e o faz sumir

Tuesday, July 30, 2013

Desejo violáceo

Escorre em seu tecido vinoso
Uma esperança obscura
Ausência que se faz em tempo de despedida
Desejo vítreo recoberto de vermute
Pinga ácido pírico que  transita na corrente sanguínea
Mentes suntuosas perfuram o hipotálamo
Jorrando apenas estigmas de eros absence.