Monday, February 9, 2015

O banquete

Está doendo
Como nunca antes
Estar longe me faz abissal 
Não te ouço
Não te vejo
Não te toco 
Não te sinto 
De onde eu sempre quis sair 
É minha nova morada 
E de lá não se vê a alvorada
As cores se perderam no ar
Por que não acreditar?
Ausência perfura o pulmão 
O ar me falta
A trovoada retorna  como quem não quer nada
E desaparece querendo tudo
Dor latente
Motor vermelho  cheio de estilhaços
Amores idos, ainda são amores
Bem feitor 
Com furor 
Inacreditável é
Na sua estrada 
Os trilhos são galáxias 
Espectros de constelações 
O amor talvez uma estrela aposentada
Onde está sua luz? 
Ouça-me
O desespero enfraquece 
Não queira abraçar o mundo
Despido já está desde que nasceu
Sentinelas golpeiam-me com seus flashs de epifanias 
Agonia instaurada em algum canto 
Canto pra que os Deuses me ouçam
Permaneço parada
& Num banquete
Dionísio me serve uma taça de solidão 

Friday, February 6, 2015

Frame

Chame-me do que bem quiser, mas não nego meu amor
Negar é privar-se de muita coisa.
Olho para o lado e sinto o seu cheiro. Não é novidade
Fecho os meus olhos, e a imagem já está. Olho pro lado e sinto a trovoada em meus ouvidos como se o mundo fosse acabar. Talvez eu tenha voltado para onde eu nunca quis estar.
Pedras perfuram meus pés; olho para cima e vejo apenas nuvens sem nenhum formato. O eco é meu amigo.
Tudo é como se fosse um retrato, que não pode ser revivido.
Eu só quero que a chuva vá embora e que quando eu possa abrir meus olhos novamente, o sol esteja ali, clareando o meu espaço.
Gostaria de poder te dizer tantas coisas. Talvez a forma mais simples e a mais difícil seja essa: escrever de forma corriqueira.
Queria poder ter vivido mais, sorrido mais,viajado mais, te amado mais
Me desculpe se eu falhei.
Desculpe se eu só tenho 2 e 1

Querer demais

Estou mergulhando 
O ar me falta
Tento respirar e sinto a água no pulmão 
Está doendo 
Sinto agulhadas 
Minha cabeça está latejando e ainda não tenho sono
Lave o rosto
Penteie os cabelos 
E devore o mundo

Wednesday, February 4, 2015

Ser ei A

Sinto como se o vento secasse meu olhos
Quando fecho os olhos  ouço uma trovoada
Painéis complexos de cores vibrantes
Despejam notas musicais dançantes
danço sob o mar
E lá fico até virar sereia.