Segundo Fábio Leite, pesquisador do Centro de Estudos Africanos da Universidade de São Paulo, para os africanos existe a força vital.A energia que vem de dentro do ser e que há ligação do homem com a natureza.A força vital ( que vem do divino, sopro da vida), não fica somente na forma espiritual. Acreditam que existem dois "mundos", o preexistente (que existe antes da existência) e o existente, como em um ciclo, onde o indivíduo nasce, cresce, reproduz (ou não), envelhece e morre.
Quando o indivíduo morre, ele irá para o preexistente (mais ou menos como um paraíso para os cristãos), considerado um lugar melhor do que onde vivem; as pessoas que não reencarnaram, mas que contribuíram com a sua sabedoria para a sociedade, no preexistente viram ancestrais, como os demurgos, que através de sua sabedoria, trazem em suas envocações a essência dos antepassados, tanto físicas quanto psicológicas, por meio da espiritualidade.
Mas para que isso aconteça o homem necessita da palavra, que para eles tem uma séria importância, porque por meio desta direciona a educação, porque os africanos, por não terem nenhuma forma de registro, passam através da oralidade seus conhecimentos, costumes e tradições.Existem especificamente pessoas que são escolhidas para ensinar os mais jovens, que são os idosos, porque são mais velhos e mais experientes. Há uma frase que acho fantásstica: " Quando um ancião morre, uma biblioteca é queimada", porque eles guardam tudo na memória.
A palavra além de profetizar ou praguejar é um instrumento utilizado para decisões da família e da comunidade pois são tomadas em conjunto.Os africanos dão uma importância enorme para a palavra, porque acreditam que nela há a força vital, que há a energia e que há podeer, utilizando assim em alguns casos medicinais, ativando o positivismo para a cura do indivíduo.
O homem é a chave para que isso aconteça. Porque sem o homem, não há força vital, nem palavra para exercício da moralidade.
O homem nasce um ser naturale e ao longo de sua vida, torna-se um ser social de acordo com seus costumes e tradições, como a circuncisão. Esta é a transição de um ser natural para um ser social, onde somente assim, poderá expressar sua opinião. Do contrário é excluído socialmente.
Muitas vezes as pessoas têen preconceito com religiões, inclusive com a africana, por conta de suas tradições e rituais que fazem, buscando de seus ancestrais soluções para seus problemas. Esse preconceito é um pouco de ignorância em relação ao conhecimento da cultura africana, pois preferem ouvir a verdade que lhes é dita, a questionar, apenas ouvir.Mas aí é que está!Você não precisa ser da religião para saber os conceitos que a compõe.
Em meio a uma sociedade em que homens lutam para defender seus valores materiais, nada é mais precioso, que observar a diferença presente naqueles que coseguiram sobreviver durante séculos a perseguições. Falamos aqui de homens e mulheres que lutam para manter vivas as suas tradições e costumes, mesmo após quinhentos anos de exploração.
ReplyDeleteEste referencial cultural nos remete a pensar e valorizar as práticas culturais dos diversos povos africanos, pois, nos permite observar a riqueza e complexidade que estruturam as suas sociedades.
Emerson Melo