Sunday, June 28, 2015

Põe-se no sol

Ouço pessoas cochichando
Um piano e mais um monte de coisas misturadas
Abro a janela e respiro o ar frio que entra
Acho que posso arrancar essas grades e observar o sol nascer

Quando fecho meus olhos posso te ver
Esperando um abraço e um beijo ao amanhecer

O travesseiro está vazio
Alto branco e macio
Esperando que um dia você volte a deitar ali

Caminhando pela rua
Ainda sinto seu cheiro
Alguém passa por mim
E a suavidade vem até mim

É como se eu estivesse perto de você
Por um momento
Se esvai meu sofrimento

Talvez eu possa respirar um pouco mais de ar frio
E não sentir em demasia o vazio

Quero poder falar muitas coisas
Mas permanecemos no mesmo lugar

Eu te quero muito bem
Sentimento que vai além
Sem perceber
Só o bem
Mesmo que partindo eu esteja em um trem

Minha alma caminha pelas nuvens
Com vinho tinto pintando orquídeas azuis
Elas não são mais das mesmas cores
Mas continuam sendo uns  amores
Sendo ainda orquídeas

Talvez eu quisesse uma dessas na minha cabeceira
Bem assim dócil e ligeira
Mas a minha planta preferida são lírios brancos
Charmosos com seus pensamentos francos

Em paisagem cor de terra translúcida
Pinto minha angústia
Com letras e versos
Funestos
Pra um dia eu me curar



Thursday, June 25, 2015

Três línguas e um café

Três línguas e um café
"Entro no mundo dos bobos
Deixo a criança saltar
E o tempo passar
As horas voam
Voam para o mundo dos sonhos
Um mundo de possibilidades
Onde podemos ser bicho
Ser natureza
Adentramo-nos em um bosque
Ouço o vento, a chuva fina
Uma orquestra repentina
Que vem de dentro
Do momento
& pinga na goteira da vida
Somos humanos de alma despida
Brindamos serenos
Pra depois abraçar uma despedida
Ou quem sabe um Até Breve!

Saturday, June 13, 2015

Alardido

Eu só queria não soluçar
Eu queria que essa raiva fosse embora
E que as minhas mãos não estivessem mais vermelhas e doloridas
E que você estivesse comigo
A dor continua latente
Trazendo sensação de impotência

Monday, June 1, 2015

Seus cílios nos meus

Quero um dia poder acordar e sentir o vento bater amarelo
Abrindo e fechando os olhos
Te vento ali

O que eu vejo é o vazio das cobertas geladas
Calmaria das madrugadas
Noites desleixadas
Sucumbidas em agonia de pura maestria

Não quero mais estar
Não quero não poder olhar
Não quero dormir, acordar e você não estar

Alegria chegou de supetão
Em dois minutos se fez explosão
Logo depois disse que iria embora de avião

A poltrona estava vazia
Acinzentada seca noite e dia
Noite que é mais noite do que dia
Fuso horário que agonia

Não vejo mais o sol
Meu coração pescado foi por um anzol
Quando eu estava com as estrelas
Onde cavar ar puro e natureza?
Seus cílios piscam o tempo vencido
Éramos plural: Eu, você e o nosso amor amanhecido.