Monday, April 25, 2011

Estranheza passageira

De uma alegria instantânea passo para uma sem graçisse que não deixo muito aparente.Tenho medo do vazio e escondo atrás do sorriso uma pequena frieza notável.
Essa frieza, já não me serve de nada, quando na verdade você, de súbito percebe como estou agindo.
Os meus  olhos são transparentes; como alguns dizem: o espelho da alma.
Não acho que sejam.
O olhar vago é o espelho da alma vazia. Foi o que me inspirou a escrever. Depois de tanto tempo sem escrever.
Talvez é o que tenha ficado aparente por um tempo.
E a busca pelo preenchimento continua.
Uma estranheza me domina hoje. Mas o que me faz melhor, é lembrar o modo como o sol ilumina suavemente seus olhos.

Thursday, April 7, 2011

Sentinela

Para tudo
Pare o mundo
O mundo não pára
Olhe fundo

Ele passa e você não vê
Por onde é que eu andara?
Perde tempo e não repara
Que não há como prever

O destino é você quem faz
E o acaso é quem traz
As grandes oportunidades
Com grandiosidade

Agora atento
Passa a vigiar no relento
Os novos comportamentos
Introspectivos
Agora ativos.

O tempo não pára.
Luto contra a efemerdiade da vida
Que aos poucos está sendo vivida
Por um outrém que eu encontrara

O dia só acaba quando a noite termina
E o que me abomina
É não viver tudo outra vez

Saturday, April 2, 2011

Angústia

Hoje descobri que tenho câncer.
Não quero contar nada à Laura e as crianças. Estamos casados há treze anos..e não quero perdê-las.
Como será daqui pra frente?
Uma coisa dessa, quando acontece, muda completamente todos os seus planos. Será melhor então viver uma vida sem planos, mesmo não tendo doença alguma? Devo parar de pensar. O melhor é voltar para casa.
É estranho você chegar em casa, abraçar suas lindas filhas como se fosse morrer amanhã.
O estranhamento delas foi inevitável; perguntaram por que raios eu, as abraçava daquele modo. Quase nunca tinha tempo pra família. O trabalho sempre me ocupava mais. Mas não deixava de ser um pai dedicado e um marido presente.
Aquela notícia me afetou profundamente. Decidi então contar para Laura.
A reação dela não foi outra à não ser o choro exaltado e angustiante.
Não em importo em morrer cedo.Me importo como os outros vão lidar com a minha morte.
Laura acalmou-se e fomos dormir.
Ao acordar, senti meu corpo pesado. Eu não conseguia me mexer. Estava tendo um A.V.C ( Acidente Vascular Cerebral). A sensação era horrível.Minha cabeça e meu corpo formigavam. Eu tinha consciência do que estava acontecendo, ams não podia fazer nada diante da situação.
Laura levou-me então ao médico.
Fizeram uma bateria de exames, e agora minha família teria de decidir se  perderia minha fala mas alimentaria-me  normalmente, ou se por sonda, mas continuaria falando.
Uma decisão difícil.
Naquele momento eu não sabia o que iriam decidir por mim, não sabia o que era pior, se o pior seria únca mais poder sentir o gosto de uma comida, ou nunca mais poder dizer como é não sentir.
Decidiram, depois de uma longa reunião dos médicos e com o resto de minha família, o que deveria de ser feito por mim.
Decidiram então, que eu pudesse depois da cirurgia de emergência, alimentar-me normalmente.
Eu, agora, me tornara praticamente um vegetal. Lágrimas ainda escorriam de meus olhos, inchados.
Quando a tristeza bate no corpo o que primeiro você deixa de fazer é comer. De que adianta eu poder comer, se a vontade agora estava longe de mim. Não havia mais vontade de viver, de sorrir.
A angústia dominara-me por coompleto. Eu era um homem incompleto e sentimental.
Acabara de perder o que de mais valioso eu tinha. E nunca mais pude dizer o quão eu amava minha família.

Friday, April 1, 2011

Chumbo derretido

Entro na sua mente
De uma maneira nada conveniente
Uso meus princípios
Tornando-os ofício

Tento entender sempre
O que há com você
O  que me fala
É como o perfume que exala
A essência e a fragrância
Com elegância

Vejo ainda um olhar perdido
Caminhando nas ruas do perigo
Sem olhar pra trás
A procura de um lar

Vejo um soldado
Que seu escudo perdeu
E em uma noite morreu
Mas de uma linda forma renasceu

Mesmo em meio à um momento conturbado
Carrega com sigo
O chumbo derretido
Que sobrou dum soldado de guerra.