Sunday, March 10, 2013

Quando as memórias se esvaem

Nas esquinas aveludadas mordisco a saudade
A saudade é como quando as folhas caem no outono
Quando não se sabe o caminho de volta
& você caminha por entre as árvores infectadas de desdém
É assim que você sobrevive
Quando seus olhos já não aguentam mais arder
O fogo corrompe o que ainda resta de pureza
Sou a água que invade a avenida principal
Sou o castelo de gelo que suporta um martelo voador em seus dias inebriantes
Sou os olhos da felicidade mistificada
Por onde as pessoas passam e deixam sua alma
Sou o crânio que nele habita lírios ensandecidos de luz
Sou a corrente embutida numa imagem congelada 
Onde é melhor não dizer nada ao amanhã
Caminho no asfalto que perfura meus pés
Onde prefiro matar o símbolo verde
Na dor  que dá-se quando a última frase é dita.

1 comment :

  1. Poeta Xamã, Laís é quem sabe onde está a água certa de emoção e da nudez... do amor.

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