Sunday, July 4, 2010

Do colorido ao preto e branco

Era de fato o que já se esperava.
O médico disse que não havia mais nenhuma maneira de tudo voltar ao normal.
O tempo passou e parece que não percebi o que estava acontecendo.Sempre preocupada com o trabalho, quase que não sobrava tempo para passar com o Todd.
Todd é meu marido, e há dois anos atrás quando voltávamos de uma festa de casamento, houve um acidente de carro,ele havia bebido muito e acabou perdendo o controle do carro.
Lembro que estava em alta velocidade e em uma curva fechada, o carro desceu morro abaixo capotando. As crianças estavam em casa. Não eram muito de sair conosco à festas como aquela. Costumavam ficar com a babá, que por sinal é uma mulher maravilhosa que eu conheço há muitos anos; ela chama Sarah. As crianças a adoram. Bom, desculpe por não responder às suas perguntas, mas é que sempre que menciono Sarah, me emociono muito.
Lembro que quando o carro parou, eu só queria saber se Todd estava vivo e mais nada. Não importava com o que pudesse acontecer comigo. Apesar da bebia ele sempre foi um ótimo pai. Sempre quando ele chegava do trabalho, brincava com as crianças e tudo.
Após algum tempo, a polícia chegou no local, juntamente com os bombeiros. Tiraram-me de dentro do carro e levaram-me para o hospital. Tive alguns ferimentos leves, mas ficou tudo bem. Todd ficou no mesmo hospital que eu. Ficava o tempo todo deitada na cama, me recuperando e houve uma hora em que bateu o sono. Estava exausta. Ao acordar e olhar pro lado, vi que ele estava ao meu lado. e infelizmente Todd perdeu uma das pernas entre as ferragens, no acidente.
Depois do que houve com ele. Sempre vamos à médicos para ver se conseguem reconstituírem novamente sua perna. Sem próteses de plástico, mas como algo de metal, revestido de pele humana. Eles falaram que era impossível fazer isso. Mas nunca desistimos.
Até hoje me culpo por não ter feito algo na hora do acidente. É como se o mundo todo desabasse sobre mim e de uma forma ou de outra, todos os problemas viessem à tona.
E se eu tivesse virado o volante para o lado contrário?
Bom, não aguento mais chorar ao lembrar disso.
Sem mais perguntas.
Agradeço a presença de vocês, mas Todd não quer saber da imprensa aqui em casa.
Até.

1 comment :

  1. Um momento de tensão, ao som de November Rain, do Guns. Seria o Destino? Porque a música bateu com o texto, em cada (entre)linha.
    Me angustiou. Me angustiou também o fato do nome do personagem não ser brasileiro. Por que temos essa necessidade? Deve ser porque aprendemos desde crianças que o que vem de "lá" fora é melhor. Puff, se isso fosse verdade...
    Bom, não chega a ser uma crítica; é sinceridade. Mas de resto está ótimo. Continue escrevendo contos e contando... Afinal.
    Beijos, Lalazoca.

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