Sunday, May 30, 2010

Um fundo (não mais) branco

E quando percebe, é tudo um sonho.
Caminhando pela rua descalça, usando uma saia preta, uma camisa e um suspensório, lá estava ela.
O cabelo estava preso.
Sentia aquele chão, duro, com pedras e tudo mais. Estava molhado, pois estava chovendo.
Ah! Como era bom caminhar naquela linda chuva, descalça.
Não sabia pra onde ir, mas sabia que aquele caminho a levaria à algum lugar diferente. Diferente de tudo o que até agora havia visto.
Não sabia como  e nem o por que estava ali. Só sabia que estava e mais nada.
Estava longe de tudo e de todos.
Chorar era inevitável.
Fazia um certo tempo que ela chorava todas as noites. E aquela ão poderia ser diferente..
Caminhando por mais uns quarteirões, encontrou uma lanchonete aberta naquela noite de chuva.
Ela estava toda molhada. Carregava as sandálias em uma das mãos e na outra as chaves de casa.
Sentou na última mesa de canto que tinha lá. Uma garçonete veio lhe atender. Pediu um suco de laranja, um papel e uma caneta.
A garçonete ficou sem entender o porque do papel e da caneta, mas ficou em silêncio, pois percebeu que a garota não estava com muita vontade de responder.Logo mais trouxe os pedidos. A garota agradeceu.
Logo após a garçonete sair, ela pegou o papel e a caneta e ficou olhando ali, sem fazer absolutamente nada. Somente olhar.
Era tudo tão confuso para ela que a ordem já não mais existira.
Fez um desenho de tudo o que estava sentindo ali, naquele determinado momento.
Pagou a conta e saiu.
Ainda estava chovendo e o desenho ainda estava com ela.
Calçou novamente as sandálias e decidiu ir para casa.
Caminhou mais dois quarteirões e finalmente chegou.
Seus pés estavam doendo, afinal sua caminhada foi longa.Tomou um banho e depois deitou na cama.
Dormiu.
O desenho permanecera na rua. A chuva o molhara desfazendo od esenho que ela havia feito, dando margem a uma nova inspiração...

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